Prof. Eduardo
Boechat (UFRJ)
Os Estoicos e a vida após a morte
A apresentação seria baseada no capítulo Eschatology da minha tese de doutorado ‘Manilius and Posidonius’ Worldview’. A questão do destino das almas após a morte sempre foi uma parte integrante da física e ética da escola estoica. Fragmentos dos estoicos mostram que esses concebiam a morte como a separação dos elementos que compunham o ser. Percebe-se também que autores estoicos do 1º século AC elaboraram um sistema complexo a respeito do trajeto das almas. Afinal, críticas do epicurista Lucrécio mostram que o assunto foi amplamente debatido nos círculos filosóficos helenísticos.
Fernanda
Oliveira (UFF)
O exercício do desejo e a preparação para a morte em Epicteto
A apresentação será baseada no trecho do Manual (Va), em que Epicteto afirma que a opinião sobre a morte, e não a própria morte, é que é terrível. A partir desse ponto, procurarei mostrar como os exercícios de ascese, em especial o do desejo, são os meios pelos quais a pessoa pode se libertar do medo da morte, modificando sua opinião a respeito dela por entender que ela não é um mal, mas sim, indiferente.
Henrique
Almeida (UFF)
A física como exercício para a morte em Epicteto e Marco Aurélio.
Em Epicteto e Marco Aurélio, os dois últimos
grandes representantes da tradição estoica, encontramos exemplos claros de como
a filosofia era vista na antiguidade como um trabalho sobre si com a meta de
transformar a vida daquele que filosofa em direção à vida feliz, a eudamonia.
Epicteto comparava o filósofo com um atleta, e via a filosofia como um
exercício não apenas feito durante as aulas, mas principalmente no encontro com
as várias situações e objetos da vida no dia a dia. A lógica, a ética e a
física, são consideradas não apenas partes da divisão tradicional da doutrina estoica,
mas também partes de um exercício vital para a assimilação do princípio
fundamental do estoicismo. Considerada tradicionalmente como parte central da
filosofia estoica, a física ou estudo da natureza se destaca em Epicteto e em
Marco Aurélio na medida em que funciona como base para vários tipos de
exercício, entre eles o da morte. Ao compreender a physis, a Natureza
que não é separada de Deus, o filósofo é capaz de aceitar a morte, abrindo mão
do desejo pelo que não está sob seu comando.
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