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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Resumos - Mesa Fédon I

SEGUNDA, 01 DE SETEMBRO |10:00 ÀS 12:45 | BLOCO D SALA 308

Prof. Admar da Costa (UFRRJ / UFRJ)
Exercício para a vida e para a morte no Fédon de Platão
Ocupar-se com o exercício para a morte, ensina Sócrates, no Fédon, é direcionar a nossa conduta cotidiana para a purificação da alma. Entrelaçada ao corpo, a alma não deve abdicar de sua função primordial, que é o pensamento, em nome do desejo de prazeres corpóreos, pois isso implicaria na sua anulação e, consequentemente, em um apreço demasiado ao corpo ou à vida. Neste ponto, porém, parece ocorrer uma virada, pois aquele que teme à morte porque preza a vida em demasia, parece não viver a vida em sua máxima intensidade. Ao contrário, quem vive bem não teme morrer e, nesta rede, corpo e alma se completam e se harmonizam, como no exemplo do próprio Sócrates que, prestes a morrer, nem teme à morte nem se arrepende do que viveu.
Vitor de Simoni Milione (UFF)
Desejo de morte e proibição de suicídio no Fédon
“Por que disseste, Sócrates, que não é permitido a ninguém empregar violência contra si próprio, se, ao mesmo tempo, afirmas que o filósofo deseja seguir aquele que morre?”. Como se vê, há, no final do prólogo do Fédon (61b-63b), uma tensão entre desejo de morte e proibição do suicídio entendida por Cebes como um contrassenso manifesto. Contudo, o que se mostra um disparate é na realidade o recurso platônico para indicar, desde o início, grandes temas que serão trabalhados ao longo diálogo. Delinear-se-á, p.ex., numa curiosa trama de mythos e lógos, o evento da morte como o acme da realização filosófica e o estar morto, a um tempo, como método onto-epistemológico e postura ética, portanto, como um modo de vida. O pano de fundo: uma visão religiosa particular que afirma o divino ser o que cuida dos homens e uma referência - ela própria um pouco obscura - à situação ambígua, seja da alma no corpo, seja do homem no cosmo. Assim, acredita-se que uma análise dessa curta porém fértil passagem do Fédon é fundamental para a concepção de filosofia enquanto meléte thanátou.

César de Alencar (UFRJ / UFF)
Platão e Sócrates: um diálogo para a morte
Sabemos que Sócrates nada escreveu, e o que dele possuímos diz respeito aos escritos dos assim chamados 'socráticos', que nos deixaram imagens de algum modo diversas e convergentes acerca do exercício filosófico de seu mestre. Para nós, a morte de Sócrates é, pois, não apenas o fato que origina toda a dita literatura socrática, mas também a própria condição pela qual podemos entendê-la em suas representações. Com base no Fédon de Platão, vamos procurar os indícios da figura de Sócrates que reverberam nos demais socráticos, em vista de uma melhor apreensão do tipo de exercício que o mestre realizou, sobretudo enquanto uma preparação para a morte.

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